quinta-feira, 18 de março de 2010

A efemeridade da vida


A vida esvai-se e ela corre como que para não deixa-la ir embora. Engraçado como só nessas horas tem-se a verdadeira noção de como a vida é valiosa. Cada cheiro, cada cor, cada pormenor é admirado como uma jóia rara. E ela pensa que triste seria deixar tudo isso sem ao menos ter a chance de escolha. Ela acredita que há além desse mundo, outros mundos até melhores, mas gosta até das agruras que vive por aqui. Por isso hoje chora, pede aos céus uma nova chance de viver.
Ainda não entende o porquê de seu algoz querer sua morte, pois tem consciência que se o feriu não foi por querer. Pede-lhe perdão mesmo em silencio. Suplica-lhe que o deixe viver. Luta com todas as forças para sorver a água da vida.
Mas a noite, o espírito entra em luta e o corpo começa a padecer. Ela se atemoriza, é a vida querendo ir embora. Então ela ora a Deus que lhe ajude e sente seu coração abrandar. É a fé que a mantêm em pé, ela pensa e agradece por mais uma chance de ver a luz do sol.

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