quinta-feira, 25 de março de 2010

Saudades


O homem do qual ela sente saudade sabia se ela estava mal apenas em ouvir o seu “alô”. E logo corria em busca da solução. Não suportava ver o seu amor tristonho. Acalentava-lhe a alma com palavras ternas e promessas que julgava eternas.
Como que um mágico, lia seus pensamentos, desnudava não só seu corpo, mas também os segredos que sua alma guardava.
Fazia ela se sentir protegida quando, bobo que era, tentava mandar nela.
Fazia ela se sentir amada, desejada, quando punha a mão em seu colo ou entrelaçava-lhe os dedos.
Fazia seu coração se aquecer ao ouvir-lhe a voz rouca ou encarar aqueles olhos doces – olhinhos infantis – de criança com medo.
Ela lembra então das tantas vezes que ele lhe pediu, entre lágrimas, que nunca o deixasse – como se fosse possível a ela ter tal aterrorizante pensamento.
E agora vê-se sozinha, pensando se tudo que viveu foi sonho, temerosa dos momentos ruins que virão sem o apoio do amado. Sente-se perdida, abandonada, mal amada. Teme não suportar a dor. Fecha então os olhos e tenta imaginá-lo próximo, segurando-lhe a mão e amparando-lhe as quedas.
E assim segue...

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